"Se a trombeta só der sons confusos, quem se preparará para a batalha?" (I Cor. 14,8)
Este texto de São Paulo sugere a todo bom cristão que aspire aos dons espirituais, especialmente ao dom da profecia. A profecia é necessária para que que o povo de Deus seja edificado, consolado, instruído...
E nós, como bom servos, somos e fazemos "as obras" para a edificação da Igreja e nunca, repito, nunca para edificação própria.
A diferença do servo para o ídolo é que um pensa na Igreja e o outro pensa em si, basicamente.
A profecia também nos concede a "compreensão espiritual" das coisas. É esta compreensão, este olhar espiritual, esta "ciência da vida" que nos faz enxergar além dos problemas, dos adultérios, dos pecados enfim.
Seria chover no molhado te avisar que estamos vivendo "tempos ruins"... Só analfabetos espirituais não conseguem ler o tempo e os movimentos. O dias são maus e precisamos urgentemente viver os dons espirituais em nossa vida para que tenhamos uma compreensão das coisas sob a ótica Divina.
"Se fossem sábios, compreenderiam, e discerniriam aquilo que os espera" (Dt. 32,19). Ser sábio aos olhos do mundo é tentador. Todos nós gostamos do reconhecimento de nossas obras. Adoramos ser adorados. Porém, a compreensão espiritual indica o presente tendo em vista o porvir. Cristão que realiza obras e vive no mundo só com pensamentos no presente pode ser um indicativo de descaso com o futuro.
"Tratai de compreender, ó gente estulta. Insensatos, quando cobrareis o juízo?" (Sl. 93,8).
Poderíamos chamar de heresia o atual movimento envolvendo leigos e alguns sacerdotes que insistem em se servir da evangelização para realizações pessoais e financeiras? Essa busca incessante de "estar com Deus" para ter em troca carros, casas, contas bancárias, roupas bonitas e vida diária em salão de beleza e academias? A quem eu quero servir? Quem é meu Senhor? Quem está guiando os meus passos? "É O Senhor quem dirige os passos do homem: como poderá o homem compreender seu caminho?" (Prov. 20.24).
De fato, muitos católicos caíram nas ciladas da carne. Só entendem as coisas partindo de um pressuposto humano e não divino. Usam o Nome de Deus para realizar obras que não sabemos se é mesmo de Deus. E eu me incluo nesta cilada terrível.
Agora virou moda oferecermos ao povo artigos de jornais, programas de rádio e tv e outras mídias com camuflagem cristã. Para justificar nosso excessivo pensamento humano ponderamos as coisas na radicalidade da carne e, assim, confundimos o povo de Deus com nossas vaidosas teorias. "Mas o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, pois para ele são loucuras. Nem as pode compreender, porque é pelo Espírito que se devem ponderar". (I Cor. 2,14)
Pai, livra-nos do mal
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