Frente a esse questionamento e a tudo que posso Ser/ Fazer ,de melhor, reflito no que me impede de sustentar-me dessa força e entregar-me continuamente. Revejo minhas ações e no meio a tudo que penso que sou , sinto que não estou só.
Somos gerados repletos de amor não chegamos a esse mundo de mãos vazias, chegamos plenos revestidos por nossos dons, presenteados, por Deus e que nos ajudam a caminhar onde pelas nossas vocações podemos nos manter e nos aproximar cada vez mais do exercício de amar, experimentado somente quando o partilhamos (“... vocês receberam sem pagar, portando dêem sem cobrar... Mateus 10:8-10)”. A trajetória se faz passo a passo e o que nos ilumina é o amor. É o que nos sustenta na estrada com o olhar voltado para o céu, mas com os pés firmes no chão e com a certeza de que TODOS NÓS somos dignos de caminhar por Ele e com Ele! Mas durante esta nossa travessia vamos diluindo esse amar e nos entregamos às paixões do ser e possuir
Descobri que o amor refletido na aridez do solo, na cruz levantada nos é redentor. Foi no ressoar dessa palavra “... - Pai, perdoa essa gente. Eles não sabem o que estão fazendo!... Nas tuas mãos entrego o meu espírito!...” Lucas 23: 34-46)que encontrei as minhas misérias. No calvário da minha alma redescobri quem realmente eu deveria ser. Um nada! Um nada no sentido de esvaziar me de todo o meu Eu e de todos os enfeites que adornavam o meu ser. De toda a vaidade, o egoísmo, a soberba e a falta de humildade, tantas vezes escondidas ou aparentes em mim que me impediam de ver a verdadeira luz do amor e assim enxergar com o olhar da minha alma. Foi então que percebi as minhas insignificâncias e reconhecendo as entreguei a Deus.A dor do martírio é território santo, nos purga a alma nos ascende ao céu.Difícil absorver essas palavras, pois a dor é sentida, é sofrida é rasgada... Porém foi diante a esse estado que deixei ser tocada, completamente... Silenciei e escutei uma voz baixinha: “Estou aqui. Quero ti iluminar!” Permitir-se ao encontro com o próprio amor; é despojar-se do que nós criamos e assim nos deixarmos ser moldado pela ação da sua luz. É abraçar essa conversão diariamente, pois sozinhos somos fracos, caímos e nos perdemos no caminho. É, acima de tudo, servirmos -nos como instrumento do seu amor...
Só por amor conheceremos o verdadeiro sentido da doação. O verdadeiro sentido da entrega sem restrição. O verdadeiro dar sem receber. Pois o recebido já é completado na verdadeira entrega. Como um Pai e uma Mãe que servem ao filho com o único desejo de o conduzirem ao caminho do bem, da luz. Não seria esse o verdadeiro sentido do amor? De nos olharmos nos olhos e nos levarmos à luz. Os questionamentos saltam a minha mente e penso em como estão as relações de amor em minha vida, para com a minha mãe, filhos, marido, amigos... Caminho para serviço do bem ou vivo arrastando correntes do meu conceito de mundo? Vivo um amor verdadeiro ou apenas quero aprisioná-los em minhas idéias?
Só por amor seremos capazes de transpor os nossos limites e os que nos separam dos nossos semelhantes... Só por amor entenderemos o verdadeiro sentido da vida!
Senhor,
Fazei-me ser desapegada de mim e abraçar a minha pobreza,
Fazei-me reconhecer a minha humanidade, pois é ela que resplandece a sua luz,
Fazei-me entender a grandeza do seu amor e me entregar a Ele quando pedes para oferecer a outra face... a ser humilde,
Fazei-me compreender o seu Reino e que Ele habite o meu coração...
Gisele Pontes
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