Santa Vitória

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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

EU CREIO!

Acima do bem e do mal, sempre me considerei um "ateu". Não um simples "ateu"! Eu era um daqueles capazes de brigar por um conceito "meu" do que realmente tinha acontecido com a criação do mundo, da humanidade. Não acreditava nessa história de Maria, José, anjo Gabriel... Jesus... Imagina só, uma mulher, ainda por cima virgem, engravidar após a vinda do tal anjo Gabriel, encontrar um homem que lhe aceita grávida (apesar disso hoje não ser mais tão surpreendente nos dias atuais). Um casal pobre e humilde, sem recurso nenhum para sobreviver num país e num tempo difícil. Imagina! Na verdade, eu era radical.
Quantas e quantas vezes nos meus vinte e oito anos de idade (28 anos) ouvi minha pobre mãe falar comigo sobre a tal "Igreja Católica". Quantas vezes ela, com sua infinita paciência me convidou para ir a missa do domingo - pelo menos uma missa num domingo qualquer - e, eu sempre fazendo pouco caso. Quantas vezes a minha adorada mãe disse-me que sua paciência era ínfima e que jamais desistiria de mim. Sabe, nesses momentos me irritava com ela, gritava e falava palavrões. Não aceitava que minha mãe, era o meu "escudo" diante de mim mesmo. Não esqueço nunca dos momentos em que ela orava de frente para a televisão como se somente ela estivesse ali. Era uma dessas emissoras em que só passam coisas de igreja. Para mim, aquilo era perda de tempo. Via a coitada ali sentada, de olhos fechados e um cordão cheio de contas nas mãos. Me dava vontade de tomar aquele cordão de suas mãos e jogá-lo fora, mas por algum motivo, não conseguia e, para evitar magoá-la, saia de casa nessas horas, sempre chateado.
Um dia, recebi uma mensagem na caixa de entrada do meu E-mail. Dizia assim: "Gostaria de dizer-lhe que estou sempre ao teu lado. Sei que é difícil acreditar que Deus te acompanha a cada passo dado por ti. Eu mesmo não acreditava nisso. Preciso falar contigo. Estou chegando amanhã e, tua surpresa será grande. Fala pra mãe que eu a amo e amanhã estarei com ela. Teu irmão, João". Fiquei realmente surpreso. Havia catorze anos (14 anos) que eu não tinha contato com meu irmão, a não ser, pela internet. Ele havera decidido morar com papai nos Estados Unidos e, também não acreditava nessas bobagens de catolicismo.
Quando dei o recado pra minha mãe foi só choro. A abracei, pois sabia a saudade que mamãe sentia do mano. Isso foi estranho, pois já há algum tempo não a abraçava. Senti um tremor pelo corpo, mas ela nada percebeu. Afinal, depois de catorze anos (14 anos) iria reencontrá-lo.
Não fomos buscá-lo no aeroporto, pois ele não quis.
Exatamente às 9 horas da manhã de uma quarta-feira, tocaram a campanhia do nosso apartamento ( bom e confortável apartamente de classe média alta). Minha mãe ansiosa não conseguiu a porta. Pedi a nossa secretária que deixasse, eu mesmo receberia meu mano. Quando o fiz fiquei pasmo com o que vi. Não sabia o que fazer ou dizer. Ali, frente a mim, estava um homem de barba rala, chapéu preto na cabeça, óculos de grau nos olhos, uma batina preta e, bengala na mão. Ao seu lado, meu pai. Não sabia se ria ou chorava de emoção ou, pelo contraste da cena. Meu irmão, há catorze anos atrás, era tão ateu quanto eu e, agora, estava vestido de padre. Será que era uma pegadinha sua?
Ele abraçou-me e, em seguida, foi papai. Ele entrou e abraçou a mamãe. Apesar da separação, papai e mamãe se davam bem. Mamãe falou com papai e, sentamos todos nos sofás da sala. Mamãe não parava de chorar. Perguntou para o João que brincadeira era aquela e, se era verdade que ele era padre, o porquê não comunicou-lhe antes. Sorrindo, João disse-lhe que o fato dele ser padre agora, era um milagre em sua vida. Logo que chegou aos Estados Unidos se envolveu com uma turma da pesada. Fazia barbaridaddes e papai, havia decidido não falar nada por telefone ou E-mail para não preocupá-la. Numa dessas vezes, um grupo de religiosas passava e, um de seus supostos amigos começou a seguí-las (eram três religiosas). Falava obscenidades e fazia gestos horríveis. Nós fizemos o mesmo, mas, eu nada dizia, só continuava seguindo-os. Num determinado momento, elas, segurando seus terços que pareciam com o da mamãe, começaram a correr. A mais idosa caiu e o rapaz que estava comigo (havia consumido droga) caiu sobre ela como um louco. As outras irmãs tentaram ajudá-la... Foram pegas por mais cinco rapazes. Não conseguia fazer nada. Parei! Parecia que estava no inferno e lanças pontiagudas me furavam todo o corpo. Naquele momento comecei a imaginar a cena e, não sei por qual motivo, senti lágrimas em meus olhos. O mais incrível: não me incomodei que os outros vissem minhas lágrimas. Meu irmão padre continuou seu relato com voz embargada: De repente, comecei a rezar. Do meu jeito é claro, mas lembrei das palavras de mamãe e pedi que o tal Jesus parasse meus amigos. Eu faria qualquer coisa para ajudar aquelas senhoras. Elas pareciam mamãe com aquele cordão nas mãos. Uma luz desceu diante de nós e jogou longe meus respectivos amigos. Vi diante de mim a imagem de Jesus, Filho de Deus que por algum motivo, aproximou-se de mim. Segurou-me pelas mãos e disse-me: "Agora acreditas que eu tenho uma missão para ti, aqui na terra? Levanta-te e ajuda a levar minha palavra. Acredita, Sou o único que pode te salvar!" Levantei-me! Nada conseguia ver a não ser o medo daquelas pobres servas do Senhor. Mesmo assim, ao invés de fugirem de mim, pegaram-me pelas mãos e me levaram para um abrigo. Eu estava drogado! Entraram em contato com papai e, a partir daquele momento, me redimi. Vi que não fazia sentido não crer.
Ele, meu irmão, falou sobre todos os milagres que aconteceram em sua vida a partir daquele momento: a surra que seus antigos amigos deram-lhe por ter deixado para trás as drogas, as badernas... Deixando-o inconsciente e com um defeito na perna e, nesse período, das inúmeras visitas que certa senhora vestida de branco e com um manto azul na cabeça, lhe fizera no hospital... Isso foi acalmando meu coração e hoje, com trinta e um anos (31 anos), casado com uma mulher linda e maravilhosa, testemunho para casais a presença de Maria em minha vida. A unção do Espírito Santo sobre mim e sobre minha família. Tenho contato diariamente com meu irmão, Padre Jonhn, como é conhecido em sua paróquia, numa cidadezinha do interior dos Estados Unidos. Por suas orações, pelas orações diárias de minha santa mãe, hoje, creio. Sou católico praticante e busco evangelizar com meu testemunho de vida, aqueles que não creem.
Que Maria os proteja hoje e sempre. Amém!
De um homem que aprendeu o sentido da vida no amor de Maria e do Senhor Jesus aos vinte e oito anos de idade (28 anos).

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